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  • Foto do escritorFernanda Borges da Costa

Black Mirror (S05)

Atualizado: 14 de jan. de 2020

“Nunca exausta, nunca doente, sempre está perfeita, em seu melhor. Não é um sonho, é a realidade.”

[Contém Spoilers]


Como típica millennial, vivi sem muitos percalços a transição entre aquela época que se ralava o joelho na rua e a que se passavam as tardes de domingo jogando vídeo game. Vi a internet chegar, explorei os fóruns on-line, o Fotolog e o Orkut, no meu primeiro computador (“Para os trabalhos da faculdade, ein!”), e ganhei meu primeiro Smartphone após a formatura da graduação. Enfim, formei minha personalidade lado a lado com os imensos saltos tecnológicos do cotidiano que marcaram as últimas duas décadas. Para mim, e outros como eu, Black Mirror exacerba o absurdo da existência que assimilei com naturalidade. E o resultado é, em regra, estarrecedor.


Black Mirror é uma série de Ficção Científica e Distopia Tecnológica, publicada pela Netflix e criada por Charlie Brooker. Ela retoma o formato antológico inspirado em The Twilight Zone (1959-1964), com episódios de enredo fechado, conectados entre si apenas pela temática geral de como a tecnologia nos afeta. Seu nome vem da tela escura dos aparelhos digitais, como TVs e Smartphones, que desligados refletem o observador cercado da escuridão vazia.


Em 2019 Black Mirror chega a sua quinta temporada, com uma nova leva de tecnologias prováveis. Impressionantes, mas nunca distantes da nossa própria realidade. Essa aproximação entre o possível e o real ressalta a capacidade da série de refletir sobre os rumos da nossa sociedade, e sobre nossa agência como sujeitos numa era de constante mudança, num mundo profundamente reconfigurado pela perspectiva da tecnologia. E com a promessa que mais transformações estão por vir.


Apesar disso, a tecnologia não é a vilã. Black Mirror constrói enredos que refletem o uso da tecnologia ou a intenção por trás da sua criação. Suas narrativas sinistras, existencialistas, que nos confrontam com transições de perspectiva significativas pelas quais já passamos em tão pouco tempo, têm de constante o fator humano. Tudo revolve em torno do ser que cria e o ser que usa a tecnologia. Ela é mais uma ferramenta, que dentre suas várias funções, também é capaz de revelar com estarrecedora clareza a humanidade que a tem em mãos.


Dessa forma, Black Mirror capta o que há de mais aterrorizante na tecnologia: dela retiramos aquilo que somos. Ela é um instrumento poderoso, que evidencia nossas relações com o poder e com nossos desejos mais profundos de alterar o mundo à nossa volta. Inadvertidos, indiferentes ou inconsequentes sobre como como isso nos afeta.


Em sua quinta temporada, Black Mirror progride em busca de reinventar-se, com um olhar crítico para além do óbvio (principalmente depois de a quarta temporada ser acusada de esgotamento criativo), e o desafio de manter sua relevância após gestar episódios difíceis de superar como "USS Callister", "White Bear", "Man Against Fire" e "The Waldo Moment" (este último já até transitou da ficção para a realidade). É também nesse contexto que o filme de 2018 "Bandersnatch" foi produzido.


Assim, a quinta temporada elabora conflitos que nos são familiares e com a perspectiva ainda mais próxima dos aspectos da vida cotidiana, confrontados por tecnologias que já existem ou possuem correspondentes bem próximos no nosso mundo. Nessa postagem escreverei sobre minhas impressões gerais dos três episódios: “Striking Vipers”, “Smithereens” e “Rachel, Jack and Ashley Too”.

Como eu decidi discutir os três episódios em uma mesma postagem, reduzi com aflição os conteúdos de cada tópico. Limitei minha abordagem das histórias a uma só questão. Como resultado, o que escrevi me parece tão inadequado quanto montar uma sela de cavalo sobre um elefante. Mesmo assim, espero que aprecies o texto.



1. Striking Vipers



Danny e Karl são amigos desde a faculdade que depois seguem caminhos separados. Danny dá continuidade ao seu relacionamento da juventude e se casa com Theo, enquanto Karl aproveita a vida de solteiro. No 38º aniversário de Danny, Karl lhe presenteia a nova versão do jogo de vídeo game que costumavam jogar juntos, Striking Vipers X, acompanhado do recém lançado dispositivo de Realidade Virtual (TCKR System). Essa reaproximação ganha novo significado durante o jogo imersivo, Danny e Karl descobrem que, quando o anúncio diz que se pode sentir tudo o que acontece na RV, ele quer dizer tudo mesmo.


Danny e Karl, com os avatares Lance e Roxette, descobrem os prazeres da experiência sexual extracorpórea possibilitados pela Realidade Virtual. Essa descoberta lhes proporciona uma vivência transcendente que afeta todos os aspectos das suas vidas, marcadamente cinzentas e insípidas em comparação com a RV colorida e deslumbrante. Mas a descoberta dessas experiência os impede de manter qualquer outro relacionamento e intimidade. E isso afeta em especial o casamento de Danny com Theo.


Assim, "Striking Vipers" usa os sinais tradicionais da crise de meia-idade e exploração tardia da sexualidade, com a dicotomia entre fantasia extraordinária e novidade, versus estabilidade cotidiana e repetição, enquadrados pela questão existencialista da Realidade Virtual. O episódio circula com aptidão em torno da complexidade das relações humanas em vários aspectos: do casamento e da fidelidade, compromisso, amizade e família, sexualidade e identidade sexual, definição de valores e vivências sublimes. Há várias formas de relacionar estes temas entre si, com interpretações interessantes, das que subvertem as relações de gênero até as que compõem críticas à heteronormatividade (inclusive as que com razão são desfavoráveis ao modo como o episódio escolhe abordar seu tema queer).



Mas todas estas interpretações são estabelecidas pelo episódio com a questão central em torno da Realidade Virtual. Que é ainda a mesma de quando Cypher descreve para o Agente Smith a sua avaliação sobre a existência na Matrix, sobre o quão Real é o Virtual.


“Sei que, quando eu o coloco na boca a Matrix diz ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Depois de nove anos, sabe o que eu percebi?

Ignorância é uma bênção.”


O episódio "Striking Vipers", diferente de Matrix, se aproxima da mesma questão de modo menos épico-filosófico, numa abordagem mais prática e imediatamente pertinente para nossa vivência hoje. Ter consciência da realidade não é distinguir o mundo físico e o mundo virtual, essa distinção é menos relevante que as consequências das ações das personagens na Realidade Virtual.


O contato íntimo entre Danny e Karl não é o mesmo dentro e fora do jogo. A fisicalidade está cheia de constrições (o joelho machucado, o casamento e a restrição de gênero) que desaparecem no mundo virtual. Mas é a proximidade pré-existente de Danny e Karl que lhes dá uma conexão especial no mundo virtual sem as amarras do mundo físico. E os eventos na RV repercutem na vida das personagens, seja pela jornada de autodescoberta, seja pelo ato de traição.



E, dessa forma, "Striking Vipers" dá outro ângulo para a pergunta do quão Real é o Virtual ao propor que é a experiência humana que define o que é a realidade. O que Danny e Karl experimentam dentro do jogo atinge-os em qualquer instância, dentro ou fora dele. Não se mantém no episódio a oposição entre o Virtual e o Real, como é para Cypher, mas admite-se a extensão mútua entre os dois. O que Danny precisa fazer é assumir que a experiencia da RV o afeta, e ele deve arcar com todas as suas consequências.



O acordo entre Danny e Theo, pressuposto nas cenas finais da história, afirma a equivalência entre a experiência sexual física e virtual, entre o role-play e o vídeo game. Entre o Real e o Virtual.



2. Smithereens


“Smithereens” foi talvez um dos episódios mais dramáticos de Black Mirror. Ele narra a jornada do angustiado Christopher Gillheany, que executa um sequestro à mão armada do estagiário da empresa Smithereens, Jayden Tommins, com a intenção de conseguir falar pelo telefone com o criador e dono desta imensa rede social, Billy Bauer. O ponto central do episódio é bem direto – Christopher perdeu a noiva num acidente de carro causado por sua desatenção no trânsito (ou pelo menos ele acredita que foi sua culpa), ao olhar notificações da rede social enquanto dirigia. A aflição de Christopher é tamanha que ele não é capaz de falar da sua culpa nem mesmo no ambiente acolhedor das reuniões de autoajuda. A única pessoa para quem Chris pode contar sua história é aquela com quem ele pode dividir seu pecado, o criador da rede social na qual ele estava viciado.



Mas a execução deste enredo é magistralmente entrelaçada num drama que te prende passo a passo a cada atualização. A escala do conflito que inicia em Londres e atravessa o mar até os Estados Unidos, e sobe rapidamente os degraus hierárquicas tanto da empresa Smithereen, como da polícia nacional e internacional dos dois países. As redes sociais e a imprensa disputam entre si a atenção do púbico que aguarda ansiosamente as revelações sobre a história pessoal de Christopher Gillheany. Poucos episódios da antologia de Black Mirror possuem um desenlace dramático tão bem planejado e executado.


“Smithereens” é comparável ao “National Anthem”, pois ambos os episódios retratam a nossa sociedade sem qualquer recurso sci-fi, que por um dia é paralisada para assistir a um evento fora do comum que explode desproporcionalmente graças às redes sociais. Mas diferente de “National Anthem”, “Smithereens” não possui um agente manipulando as mídias para provar seu ponto humilhando uma autoridade política. Em vez disso, o centro de “Smithereens” está no sujeito atormentado pela culpa e amargurado pelos seus vícios do passado, que quer contar sua história em busca de uma jornada de redenção. Alguém que poderia ser qualquer um de nós.



A tecnologia é tornada perversa pela gerência humana, que a desenvolve cada vez mais em prol do lucro através do vício dos usuários. A gestão da rede social é pulverizada em pedacinhos através da gigantesca subdivisão de tarefas na administração da Smithereen, assim como seu uso se estende sem restrições a cada consumidor isolado em suas telas pessoais. Este é um sistema caótico, desregulado, uma calamidade que cresce invisível e fora de controle até mesmo do seu próprio criador. Mas que, no entanto tem, mais poder informacional que qualquer instância da própria polícia. Billy Bauer poderia facilmente ter caído num perfil genérico de bilionário despreocupado com os danos da sua criação. Em vez disso, incorpora as dualidades de quem criou uma entidade quase divina (como ele próprio diz), onipresente, onisciente e onipotente através da rede compartilhada de informações, que sofre também a angústia de ver sua criatura tornar-se monstruosa.



E Christopher é o herói trágico moderno. A húbris de seu vício o leva à maior perda da sua vida e à uma existência atormentada. Quando sua noiva morre, Christopher deixa de viver. Seu mantra, “este é o último dia”, verbaliza a intenção de morte que já existia no dia em que Chris abandonou a rede social. Depois da tragédia da sua vida, quem ele era deixou de existir. Só lhe resta carregar a culpa do seu pecado até o momento que puder compartilhá-la com Bauer, e transmitir-lhe o fardo do remorso a quem pode realmente entendê-lo, do outro lado da cadeia de consumo.



Por trás da tela escura alguém morre. Não sabemos quem, se Christopher ou Jayden, ou ambos. Não importa realmente quem. O ponto mais importante do final do episódio é que cada pessoa acompanhando os eventos retoma suas vidas normalmente, depois de consumir avidamente cada etapa da tragédia anunciada. Como nós. Nem um pouco susceptíveis ao conto de advertência que é “Smitherens”.



3. Rachel, Jack and Ashley Too


“Rachel, Jack and Ashley Too” é o terceiro episódio desta temporada. Sua narrativa desenvolve-se em duas partes. De um lado, acompanha a história das irmãs, Rachel e Jack, que sofrem de formas bem distintas com a perda da mãe e com a mudança da família. Do outro lado, nos é apresentado o cotidiano por trás das câmeras da estrela do pop, Ashley O. Rachel é grande fã de Ashley O e, com a ajuda secreta da irmã, ganha de aniversário a boneca Ashley Too, uma imitação eletrônica da cantora. A menina passa ouvir e obedecer a cada instrução da boneca – o que perturba profundamente Jack. O desencontro de sentimentos entre Rachel e Jack abala o seu relacionamento, enquanto a vida pessoal da cantora se revela como uma imensa prisão de luxo.


Ashley O parece prestes a escapar da tia manipuladora, quando é descoberta e envenenada com calmantes a ponto de sofrer overdose. Quando a TV anuncia que Ashley O teria entrado em coma permanente causado por intoxicação alimentar, Rachel volta ao estado de luto e apatia e Jack não consegue mais se reconciliar com a irmã. Agora, Ashley O é mantida adormecida, produzindo músicas através dos sonhos que serão editadas e vendidas pela tia. Até que as irmãs destravam acidentalmente a programação da boneca Ashely Too, que revela para elas a provável mentira por trás da tragédia da cantora.


Este é talvez um dos episódios mais subestimados de Black Mirror. O modo como a narrativa usa a tecnologia de ponta e o seu “final feliz” deixaram descontentes o público (e os críticos) menos atentos a qual era realmente a mensagem da história. Para alguns, a história foi brega e o roteiro não foi “cínico o suficiente”, muito tumultuado de personagens e sem desenvolvimento apropriado. Para outros, a foi história cliché, talvez um dos piores episódios da antologia, subaproveitado por não ter explorado o “terror” de ter em casa uma boneca eletrônica capaz de andar, falar e irritar os residentes à loucura.


Essas críticas erraram o alvo por não terem percebido a mensagem por trás dos conflitos da história. O conflito entre Rachel e Jack representam duas formas de lidar com o luto através da experiência musical. Jack toca guitarra e consome bandas de rock vintage favoritas da mãe, enquanto Rachel se enamora pela imagem da ídolo Ashley O, cujo desejo dese tornar como ela e tê-la como amiga é externalizado no consumo da boneca Ashley Too. Já o conflito de Ashley com a sua tia e empresária, Catherine, representa a dicotomia entre a criação musical e o mercado que se alimenta dela.


Rachel é especialmente susceptível à manipulação das vendas de “mensagens de empoderamento”, que lucram com a falsa positividade nutrida na ideia de “ser confiante e tomar o controle da situação”. Jack percebe os problemas da irmã, mas não é capaz de se comunicar com sinceridade e de demonstrar afeto diretamente. O seu medo de expor sua música é apenas um dos aspectos em que Jack se esconde por trás de palavras duras e ações cruéis. O episódio compõe perfeitamente as expectativas das irmãs sobre a imagem pública da Ashley O. Assim, a perspectiva de cada uma revela muito sobre elas mesmas: Rachel é ingênua e consome avidamente a persona fabricada da marca. E Jack é também incauta por associar sucesso musical com ter uma personalidade rasa e vendável, e ressente aqueles que se expõe ao público. É deste ressentimento que nasce a raiva de Jack contra a boneca Ashley Too, que incentivou a irmã a apresentar no show de talentos da escola.



Do outro lado do enredo, a narrativa nos apresenta o quanto a persona de Ashley produzida por Catherine com vista às vendas musicais aprisiona e limita a verdadeira autenticidade e criatividade da jovem cantora. Ashley é mantida praticamente em cárcere privado, sob influência de calmantes ilegais e sem agência nenhuma sobre suas opções de vida e trabalho. Quando tenta escapar do sistema de exploração da tia, Ashley acaba confinada em seu próprio corpo em um coma químico preparado por Catherine. Sua despersonalização já se revela no lançamento de Ashley Too, incrementada com a cópia sináptica da cantora, e se completa quando a tia-empresária lhe rouba as músicas de seus sonhos para adulterá-las no formato de mercado e vendê-las em shows com a tecnologia de voz e um holograma com a imagem de Ashley O.



Rachel e Jack representam os dois lados musicais de Ashley, o fabricado e o reprimido. A conciliação é possível somente quando as irmãs, as duas metades simbólicas da cantora, decidem cooperar e arriscar suas vidas para salvá-la. Também a boneca Ashley Too, tal como Ashley O, está presa numa cadeia cibernética. Sua mente é uma cópia perfeita da cantora original, mas é limitada por um software para manter a imagem pública do produto fabricado pela tia. A única libertação possível depende de expor a verdadeira exploração por trás da indústria musical, que alimenta enquanto aprisiona artistas e fãs dentro do seu sistema.



A tecnologia que produz a boneca, os hologramas, a leitura dos sonhos, cópias sinápticas e imitação vocal são instrumentos de dominação da indústria musical, personificados na empresária Catherine, sobre artistas e consumidores. Não há aqui bonecas assassinas ou máquinas que manipulam as mentes dos consumidores. O assassinato está na forma como a autenticidade e personalidade artística são destruídos pela ganância. A lavagem cerebral dos consumidores é psicologicamente preparada por estudos de mercado para atingir seu público alvo. A indústria musical de larga escala, do tipo que produz ídolos como Ashley O, ergue-se sobre os pilares da exploração do talento e da apreciação musical. O contrato diabólico que toma a tua alma em troca de fama e dinheiro não tem outra personagem fictícia assombrosa que não a própria ganância humana.



“Rachel, Jack and Ashley Too” ecoa como um grito agonizante na voz de Miley Cyrus em um estádio vazio, que ressoa em busca de expor o tipo de realidade distópica que já existe à nossa volta, mantida no pano de fundo do nosso consumo musical por críticos como aqueles, surdos ao bramido da arte pela liberdade. O verdadeiro terror que torna este episódio tão sinistro é o quão incapaz a arte se tornou de expor a cela quadrada que habita – por mais explícita que seja sua mensagem.


 

Estes três episódios, bem diferentes entre si em forma e conteúdo, possuem uma abordagem em comum. A sociedade que apresentam é tal e qual a nossa, tão próxima que podemos sentir o cheiro de seu desespero, na qual as tecnologias são o meio pelo qual descobrimo-nos nesta angústia existencial. “Smithereens”, sem qualquer termo médio sci-fi, faz uma associação direta com a crise silenciosa em torno do vício em larga escapa pelas redes sociais. “Striking Vipers” usa a Realidade Virtual para mostrar como nós já recorremos ao mundo digital para, com outras identidades, experimentarmos uma vida sem as restrições comuns do cotidiano. E “Rachel, Jack and Ashley Too” recorre a inovações tecnológicas no mercado musical que se já não existem, chegam às lojas na próxima semana, e agrilhoam tanto artistas quanto consumidores às otimizações de consumo e à exploração de todos os talentos por trás da indústria da música.


Nos três, o futuro tenebroso não bate à porta. Ele já chegou e está sentado junto à mesa do café.




“Nunca exausta, nunca doente, sempre está perfeita, em seu melhor. Não é um sonho, é a realidade.”

TL:DR ~ Muito Longo – Li foi nada!

  1. O olhar humano que define a realidade. E Sim, conta como traição.

  2. Há vícios proibidos, há vícios legalizados e há vícios invisibilizados como tais. A separação entre eles dá-se por quanto lucro cada tipo gera em qual território.

  3. Ashley Too: mais uma história sobre explorar pessoas como mercadoria.

  4. "Smithereens" poderia ser um comercial do Dumb Ways To Die com redes sociais.

Gostaste desta temporada? O que achas desta nova fase de Black Mirror? Ainda há algo a ser explorado por ela a partir da distopia sci-fi em que vivemos? Vamos discutir!

72 visualizações1 comentário

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1 Kommentar


Heitor Guimaraes
Heitor Guimaraes
17. Jan. 2020

Fernanda, gostei muito da sua leitura dos episódios. Principalmente quando ao último, que eu não tinha enxergado essa questão das duas meninas se complementarem em torno da Ashley.

Mas acredito algo mudou no tom dessa nova temporada. Já um pouquinho no primeiro, porém mais claramente nos dois últimos, me parece que é possível ver as personagens se dando conta dos males que podem vir do mau uso da tecnologia e resistirem a eles. É verdade que ao fim e ao cabo eles não se libertam exatamente, mas diferença que eu vejo e que eles não são enganados até o fim ou subjugados por aquele mal, como víamos acontecer nas outras temporadas.

O que acha?

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